5 erros que músicos cometem após realizar um show

Escrito por Vinicius Soares

Você tocou a última música, o público começa a dispersar, não se ouve mais aquela voz em coro em cima do seu refrão. Acabou seu show, é hora de guardar o equipamento e ir embora, certo? Não! Esse é um dos maiores erros de artistas que se apresentam ao vivo.

Seu “pós-show” é tão importante quanto o evento em si. Nele, muitas portas podem se abrir (ou fechar).

Por favor, não cometa esses 5 erros:

1) Não anunciar uma recepção ao público

Como disse, muitos artistas ao terminar uma GIG, fazem um breve fechamento, agradecem ao público e vão embora. Sabia que durante sua apresentação podem existir pessoas que estão ali aguardando um momento para se aproximar, conhecer seu trabalho, pedir um autógrafo, tirar fotos, te oferecer uma oportunidade profissional? Pessoas que ficam observando suas reações e não se arriscam em se aproximar sem ter a certeza de que você está disponível pra isso.

Se você não anuncia que estará atendendo o público, tirando fotos ou mesmo a postos pra conversar, não há quem possa adivinhar isso e naturalmente, esse público acaba indo embora, sem ter um contato mais próximo. Você perde a chance de aumentar sua base de fãs, sem falar em possíveis parceiros que poderiam estar interessados no seu trabalho.

2) Não vender ítens de seu merchandising

É justamente após uma apresentação que o público está no momento de compra de algum produto. Ele já viu seu show, cantou as músicas (inclusive aquela sua, autoral) e está pensando: “Caramba, esses caras são bons, onde encontro mais sobre eles?”. E nesse momento você finaliza o show e “manda” o seu consumidor embora, não é? Não faça isso.

Prepare seu material promocional, CDs, camisas, adesivos, tudo o que remeta o seu trabalho e anuncie que estará vendendo no final. Comprar é uma experiência sensorial e a sua música já direcionou esse público a colocar a mão no bolso e pagar para levar aquela lembrança pra casa. Não vamos atrapalhar isso, correto?

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3) “Pedir ajuda” na hora de vender

Esse ítem complementa o anterior. Ok, você possui um material e vai vender no final da sua GIG, mas, vender não é pedir contribuição ou ajuda. Fico vermelho de vergonha quando vejo músicos depreciarem tanto seu trabalho, pedindo para que o público “ajude seu trabalho independente com R$ 10 no CD”. Quando alguém faz isso, jogou pelo ralo aquelas 2 horas de autoridade que ganhou ao vivo.

Se as pessoas viram seu potencial, não terão dificuldades em comprar seu disco ou camisa, a não ser que você diga a elas que tudo o que foi visto naquela noite foi um engano e vocês são amadores e precisam de ajuda pra crescer. É o que transparece quando ao invés de se posicionar com segurança, seu argumento passa uma imagem fraca. Se você fez o melhor show de sua vida, acredite, você não pede, mas, manda.

4) Não transparecer cordialidade

Sabe aquele ditado que diz “a primeira impressão é a que fica”? Nem sempre. A última também. Lembra de quando você viajou através de uma companhia aérea e quando pousou, saiu e viu o comandante do vôo e as aeromoças desejando um bom dia, uma boa estadia, com baita sorriso no rosto? Qual foi sua impressão? Ruim? Eu duvido. Você pode ter reclamado do serviço, da comida, mas acaba espalhando para mais pessoas que o atendimento daquela companhia é muito bom. E acaba voltando a contratá-la por isso. Com sua música, não é diferente. As pessoas vão levar pra casa a imagem que você irá transmitir no final do seu show. Seja cordial, transpareça felicidade, acessibilidade. Isso conta demais.

5) Não ter um cartão de visitas

É no final de um show que oportunidades podem bater à sua porta. No meio do público que ouviu seu som podem estar pessoas capazes de abrir portas de trabalho. São homens e mulheres de negócios, viram em você o potencial artístico para uma parceria e se aproximam para conhecê-lo melhor. Nessa hora, mostrar que o seu trabalho é profissional e que você sabe vender o seu negócio, faz toda a diferença. Ter um cartão de visitas com o nome do representante e contatos é um passo básico para primeiro, estreitar esse relacionamento e segundo, comprovar que você oferece vantagens em uma relação de negócios. Simples, mas, faz toda a diferença.

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Sobre o autor

Vinicius Soares

Vinicius Soares é músico, compositor e empreendedor. Está à frente da Palco Digital, agência de consultoria para músicos independentes e realiza palestras pelo Brasil com foco em planejamento de carreira musical.

Ganhou o Prêmio Profissionais da Música, um dos maiores reconhecimentos da categoria e mantém uma comunidade online com mais de 50.000 músicos brasileiros e estrangeiros.

Uma de suas principais atividades é compartilhar conhecimento e experiência sobre geração de receita no mercado musical através das novas tecnologias, tema que já ajudou diretamente mais de 2.000 músicos e compositores através de seus treinamentos on line.

13 Comentários

  • Não menos importante, vale lembrar de que cada músico tem que tirar do palco o lixo que produziu durante o show (folhas de repertório, garrafas com líquido pela metade, que só faz mais sujeira).
    Retirar seus equipamentos sem enrolação, para não atrasar a banda que vai tocar depois.
    Ser educado cumprimentando os técnicos de som e luz que executam o trabalho para que o show seja bom para todos.
    Na maioria da vezes as bandas não tem técnicos de som e iluminação, então os trabalhos de mixagem de palco e P. A., e a iluminação cênica fica a cargo dos técnicos da casa ou da locadora que está atendendo o evento. Então AGRADECER, o trabalho destes profissionais é o mínimo que se deve fazer ( mesmo que o trabalho não seja dos melhores, alguém o de de graça).
    Enviar rider técnico atualizado e ser pontual com horários de chegada e de duração de passagem de som e do show, são fatores muito importantes, porém deixados de lado por muitos, que chegam atrasados, não se desculpam pelo atraso, não falam boa tarde e ainda querem mudar o mapa de palco, pois quase sempre mandam o mapa errado.
    Enfim, o profissionalismo começa nas coisas básicas, afinal educação, pontualidade, higiene, cordialidade e questões técnicas fazem parte da vida de todos os envolvidos com apresentações ao vivo, sejam de música, teatro, circo ou dança.

  • Muito legal, já vi artistas fugirem do público, mesmo sabendo que havia apenas um cara esperando pra conversar.

  • VINICIUS PARABÉNS, FALOU O QUE SEMPRE ACHEI QUE ERA ERADO, O JEITO DO OU DOS CANTORES ACABAREM UM SHOW. E NÃO SABIA O PORQUE, AGORA SIM É REALMENTE O QUE VOCÊ COMENTOU, FICO FELIZ DE SABER E ESPERO QUE OS CANTORES VEJA A SUA PUBLICAÇÃO, OBRIGADO

  • Muito boas as dicas, Vinícius. Realmente, a gente sempre tem de ter em mente que o público não é adivinho. A dificuldade que encontro é, ao final do show, não ter ajuda para recolher meu equipamento, mais o cansaço natural. Como não tenho gente para ficar numa “barraquinha” para vender meus CDs, percebo que devo encarar o pós-show como a parte final do trabalho, e não o momento da “folga”. De agora em diante vou sempre anunciar que, em alguns minutos estarei disponível para conhecer os fãs, com CDs e outros produtos. São pequenas atitudes que fazem a diferença e deixamos passar batido. Abração!

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